quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ACESSIBILIDADES E INTEGRAÇÃO

ACESSIBILIDADES E INTEGRAÇÃO

Quando falamos de acessibilidades, normalmente falamos de barreiras físicas:
- Inexistência de rampas;
- Inacessibilidades a pisos superiores;
- Inexistência de elevadores, etc. ;

Falamos de aspectos muito importantes que têm a ver com a qualidade vida no dia-a-dia das pessoas.

Aspectos importantes porque determinam essa mesma qualidade de vida que é descurada e só é lembrada nos dias assinalados.

Quantos espaços públicos estão acessíveis á população em geral e ao deficiente em particular?

Podemos olhar o espaço que nos rodeia neste momento e tirar as devidas ilações!

Outro aspecto de grande importância tem a ver com a outra dimensão da acessibilidade: o acesso do deficiente ao currículo.

A lei prevê todas estas situações, o problema persiste na aplicação da lei, sendo que o estado é o maior prevaricador.

O currículo pode ser adequado aos interesses de cada um dos alunos através da elaboração de propostas consubstanciadas nas incapacidades dos mesmos.

Requer-se para tanto um sistema de avaliação proporcionado por equipas multidisciplinares em que entrem, para além dos educadores, os sistemas de saúde pública e os serviços de psicologia.

É natural no nosso país que os vários sistemas não partilhem saberes, fazendo cada um o seu trabalho particular, não o partilhando com os outros, que deveriam ser parceiros, acometendo, normalmente, ao sistema educativo mendigar perante os outros serviços, a colaboração necessária e pertinente, como se um especial favor se tratasse, talvez fruto da ideia que estamos perante um acto caritativo e não de um trabalho sério e honesto e obrigatório, exigindo-se de todas as estruturas de índole social uma resposta obrigatória e não condescendente, como se da prestação de um favor se tratasse.

Assim a escola vê-se a braços com tarefas sobre-humanas, às quais tenta dar respostas que muitas vezes não são as mais adequadas, não podendo por isso ser a única culpada do insucesso da integração dos vários alunos que recebe ao longo da vida.

Um dos graves problemas com que a escola se debate tem a ver com a organização do currículo.

A escola tem de promover um conjunto de disciplinas para as quais não tem o “Know-how” necessário e quando o tem descura-o pela imensa burocracia que acarreta por em prática a inovação científica.

Falo de áreas curriculares que têm a ver com o Braille, com a língua gestual, por exemplo, mas também com outras áreas que seriam úteis para o desempenho profissional de muitos dos nossos alunos, que por via do desinteresse pela vida escolar de “carteira e lápis”, abandonam precocemente a escola sem terem feito aquisições que permitam um bom desempenho na vida activa.

Áreas curriculares que têm a ver com a inserção na vida activa: tornar os alunos consumidores e produtores, inserindo-os na sociedade (como a marcenaria, serralharia, por exemplo).

Há que louvar os esforços que são feitos pelas escolas no sentido de favorecerem o desenvolvimento pleno dos seus alunos, tarefa que não é fácil pela escassez de meios à sua disposição.

Assim quando falamos de acessibilidade falamos do acesso a todas as componentes sociais que a palavra encerra.

Acessibilidade significa, portanto, aceder a todas as ofertas que a sociedade disponibiliza para o incremento da qualidade de vida dos cidadãos em geral: aos espaços públicos, educação, cultura, bem como aos bens de consumo e aos factores de produção (empresas, comércios, edifícios públicos, etc.).

Acesso à plena integração da pessoa portadora de deficiência e limitações.

É por isso que hoje mais do que nunca se fala em inclusão. Tornar o cidadão portador de limitações membro de pleno direito da nossa comunidade, tornando o mundo mais acessível a estes cidadãos.

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